Bactéria que combate à dengue está presente em 60% dos insetos em Campo Grande

Mosquitos que combatem à dengue começaram a ser soltos em dezembro de 2020 em sete bairros de Campo Grande

| CORREIO DO ESTADO / GABRIELLE TAVARES


Os mosquitos da dengue com a bactéria são chamados de Wolbitos - Divulgação
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Cotações

Desde dezembro de 2020, os mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia circulam em sete bairros de Campo Grande. Em cinco destas regiões, a prevalência da bactéria nos mosquitos já é superior a 60%.

Quando em contato com os mosquitos, essa bactéria impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam no inseto, contribuindo para a redução destas doenças.

Na primeira fase do projeto, os bairros Guanandi, Aero Rancho, Batistão, Coophavilla, Jardim Centenário, Lageado e Tijuca receberam os mosquitos modificados.

Destes, apenas o Lageado e Tijuca possuem uma prevalência do mosquito com Aedes considerada média, entre 40% e 59%. 

Contudo, o coordenador do projeto em Campo Grande, Antônio Brandão considera o número satisfatório, pois há uma tendência de crescimento populacional nestes locais.

Os dados de povoamento foram obtidos através de análises feitas nas ovitrampas recolhidas e encaminhadas para o Rio de Janeiro. 

“Essas armadilhas já são usadas na rotina dos agentes de combate a endemias na cidade, foi agora implementada essa nova etapa no processo antes de descartar as palhetas, como acontecia antes', explica Brandão. 

Na segunda fase, os bairros contemplados foram: Taquarussú, Jacy, Jockey Club, América, Piratininga, Parati, Pioneiros, Alves Pereira, Centro Oeste e Los Angeles.

A previsão para início da terceira etapa é 25 de outubro, onde serão contemplados Carandá Bosque, Vila Carlota, Chácara Cachoeira, Dr. Albuquerque, Estrela Dalva, Jardim Paulista, Maria Aparecida Pedrossian, Noroeste, Rita Vieira, São Lourenço, Tiradentes, TV Morena, Universitário, Jardim Veraneio e Vilas Boas.

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), ressaltou que a população deve continuar a realizar as ações de combate à dengue, Zika e chikungunya.

Estudo Clínico Randomizado Controlado (RCT), realizado em Yogyakarta, Indonésia, revelou redução de 77% na incidência de dengue em locais que utilizaram o Método Wolbachia.

Também foi apontado redução em 86% de hospitalizações em decorrência da doença em áreas tratadas com Wolbachia, em comparação com áreas não tratadas.

No Brasil, dados preliminares mostraram redução de cerca de 70% dos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de Zika nas áreas que receberam os mosquitos.

Método

A Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em grande parte dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti.

Ela foi introduzida por pesquisadores do WMP, iniciativa global sem fins-lucrativos que trabalha para proteger a comunidade global das doenças transmitidas por mosquitos.  

Basicamente, o plano é liberar Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais, com as doenças, e seja estabelecida uma população destes mosquitos, todos com Wolbachia.

 



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